É um paradoxo.
Esta descascada que sou,
mural de rosas em decomposição.
Não deveis me alertar
sobre essas penelopes geriátricas
que me serviram de exemplo.
Quero ultimar a saída das estações
com a leveza infante
que rodopia sobre os próprios pés
sem cair jamais.
Andei pelo carrilhão acorrentado
a vida inteira. Quero pincelar minha alma
de verde e assumir o paraíso
antes de seja tarde.
Preciso sair do inverno e retornar
aos botões - enluarar-me de
esperança para reler
as estrelas mortas que uma a uma
não me indicaram
o caminho da vida.
(Direitos autorais reservados)
imagem: Google
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