domingo, 19 de dezembro de 2010

COMO AINDA ESTOU POR AQUI



É um paradoxo.


Esta descascada que sou,


mural de rosas em decomposição.


Não deveis me alertar


sobre essas penelopes geriátricas


que me serviram de exemplo.


Quero ultimar a saída das estações


com a leveza infante


que rodopia sobre os próprios pés


sem cair jamais.


Andei pelo carrilhão acorrentado


a vida inteira. Quero pincelar minha alma


de verde e assumir o paraíso


antes de seja tarde.


Preciso sair do inverno e retornar


aos botões - enluarar-me de


esperança para reler


as estrelas mortas que uma a uma


não me indicaram


o caminho da vida.




(Direitos autorais reservados)

imagem: Google

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